Acreditar que alguém pode mudar ou refazer a sua natureza por completo só porque assim o quer, não é tarefa fácil.
E nem questiono se é concretizável ou não, pois isso levar-nos-ia a um prisma completamente diferente. Falo da crença em si. Da confiança na boa-vontade (ou não), desse alguém e na esperança que depositamos num futuro, que sabemos ser longínquo mas que queremos que seja bastante mais próximo.
"Crer é poder", mas e quando crer por si só já não chega?
Há quem defenda que a nossa essência não se altera, simplesmente se adapta. E eventualmente, depois desse tal período de adaptação, volta a emergir o nosso verdadeiro carácter, o nosso verdadeiro ser. Se tal acontece, bastará crer e sobretudo querer, para adiarmos de forma indefinida o fim desse dito período?
Poderemos nós na nossa perfeita inocência ou, por outro lado, na nossa máxima consciência, escondermos o que e quem realmente somos, no fundo adaptar-mo-nos até deixarmos de o querer?
E se não me falha a memória e muito menos o raciocínio, não estaremos assim a mudar? Porque se eu me quero adaptar e se essa vontade não desvanece nunca, ao fim do dia eu deixei de ser quem sou para passar a ser quem quero ser e nesse caso, não há mais nenhuma adaptação a fazer.
Moldámos a nossa essência ao nosso agrado, foi feita a nossa vontade. A conclusão é que, eventualmente, todos nós conseguimos e acabamos por mudar.
2 comentários:
Carlota tenho-te a dizer que adorei este texto e até estava a precisar de ouvir qualquer coisa assim. :)
'Se as pessoas mudam? Normalmente elas optam pelo caminho mais fácil, não mudar.'
Mas sim, se realmente existir muito querer.. acredito que sim :)
Beijo grande
Não acredito que as pessoas mudem na íntregra; acredito sim que mudem constantemente. Mas é um ''mudar'' estranho. É mais uma adaptação porque se olhares bem nos olhos de alguém, consegues desenhar as linhas iniciais, as que nunca desaparecerão, aconteça o que acontecer. E quanto a mim, isso é positivo :)
beijinhos
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